segunda-feira, 2 de abril de 2012

Rio Negro não deve superar cheia de 2009, mas recorde ainda não está descartado, afirma CPRM

Durante o alerta de cheia divulgado nesta segunda-feira, o CPRM informou que o nível do rio Negro, em Manaus, pode atingir até 29,96 metros, superando a marca de 2009, de 29,77, caso a chuva se intensifique em abril. Mas a estimativa é que a cota não ultrapasse a marca de 29,51 metros


Em 1º de julho de 2009 o Rio Negro, em Manaus, atingiu a maior marca da história: 29,77 metros
Em 1º de julho de 2009 o Rio Negro, em Manaus, atingiu a maior marca da história: 29,77 metros (Ney Mendes)
O Rio Negro, em Manaus, não deve ter uma cheia recorde este ano. Pelo menos, essa é a estimativa que vem sendo considerada como a mais "possível" pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), segundo o primeiro alerta de cheia feito pelo órgão para este ano, que foi divulgado na manhã desta segunda-feira.
Apesar disso, o superintendente do CPRM, Marco Antônio de Oliveira, não descarta a possibilidade de a cheia deste ano superar todas as expectativas e o próprio recorde de 2009, ano da maior cheia, caso as chuvas na região se intensifiquem durante o mês de abril, concretizando as previsões meteorológicas para o período.
De acordo com ele, o alerta de cheia aponta que o nível máximo do rio Negro, em Manaus, deve ficar entre 29,06 e 29,96 metros, quando o recorde histórico é de 29,77 metros, registrado em julho de 2009. Apesar da variação, o CPRM acredita que o nível máximo do rio Negro, este ano, deve ser de 29,51 metros, ou seja, 26 centímetros abaixo da marca histórica.
Os próximos alertas de cheia serão emitidos nos dias 30 de abril e 31 de maio.
Várzea
Apesar da previsão do CPRM, municípios localizados em áreas de várzea como Anamã, Barreirinha, Careiro da Várzea e Caapiranga deverão enfrentar situações críticas por conta da cheia deste ano, alertou o subsecretário do Subcomando de Ações de Defesa Civil do Amazonas, Hermogenes Rebelo.
De acordo com ele, esses quatro municípios devem ser os mais castigados pela cheia deste ano na região. Além do Careiro da Várzea, outros municípios do entorno de Manaus já estão sofrendo os efeitos da cheia dos rios Negro e Solimões, segundo o Subcomadec. Centenas de famílias já foram afetadas, especialmente famílias de produtores rurais que possuem culturas nas várzeas, as primeiras áreas afetadas pela subida dos rios.
Outras calhas
E em outras calhas do Amazonas a cheia também vem superando as expectativas, até agora. Na calha do Juruá, sete municípios decretaram situação de emergência em fevereiro. Segundo o Subcomadec, o nível do rio Juruá já começou a baixar e as famílias já retornam para suas casas.
Em meados de março foi a vez da calha do Purus decretar emergência. O primeiro município foi Boca do Acre, mas foi em Canutama que a situação mais se agravou, segundo o secretário de comunicação do município, Fregilson Rabelo.
Em Canutama, mais de 1,4 mil famílias foram afetadas pela cheia e pelo menos 1,8 mil estudantes da rede municipal estão com as aulas suspensas porque as escolas estão debaixo d’água ou servido de abrigos para famílias. Na rede estadual também não há aulas, informou Rebelo. E o nível do rio continua subindo.
E no final de março, quatro municípios do Alto Solimões decretaram situação de emergência, elevando para 18 o número de prefeituras amazonenses nessa situação por conta da cheia. No Alto Solimões, a cheia deste ano já é a segunda maior da história e os municípios devem receber ajuda humanitária para enfrentar os transtornos.
Manaus
Em Manaus, cerca de quatro mil famílias que vivem na orla da capital, em bairros da Zona Oeste que ficam na região da bacia do São Raimundo - como Glória, São Raimundo e São Jorge - podem ser afetadas pela cheia deste ano, alertou o coordenador da Defesa Civil municipal, coronel Ari Renato.
Por conta disso, desde a semana retrasada técnicos da Defesa Civil municipal estão realizando vistorias em pontos que ficaram alagados durante a cheia recorde de 2009 para definir medidas que evitem novos prejuízos aos moradores, como a construção de passarelas entre as casas.

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