segunda-feira, 2 de abril de 2012

PF deflagra operação 'Estalo' em oito estados e no DF contra o tráfico internacional de aves

A operação começou em Pernambuco, mas também acontece em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Ceará, Amazonas, Santa Catarina, Roraima e Distrito Federal e pretende prender 22 pessoas

A Operação Estalo está sendo realizada em oito estados e no Distrito Federal
A Operação Estalo está sendo realizada em oito estados e no Distrito Federal (Divulgação/Polícia Federal)
A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta segunda-feira a Operação Estalo, que pretende prender 22 pessoas investigadas por tráfico internacional de aves silvestres e exóticas em oito estados brasileiros, incluindo o Amazonas, além do Distrito Federal. As informações são da própria PF. 
A operação começou em Pernambuco, mas também acontece em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Ceará, Amazonas, Santa Catarina, Roraima e Distrito Federal. Para a PF, trata-se de um “grande esquema criminoso” que envolvia pessoas em vários países da América do Sul.
 No total, 62 mandados judiciais estão sendo cumpridos em nove estados: 33 de busca e apreensão, 20 de prisão preventiva, 2 de prisão temporária e 7 conduções coercitivas nos estados de Pernambuco, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Ceará, Amazonas, Santa Catarina, Roraima e Distrito Federal.
Esquema
De acordo com o órgão, que as aves são contrabandeadas para o mercado clandestino e vendidas ilegalmente. A maioria dos animais tem como habitat as selvas do Peru, Equador e Venezuela. Segundo as investigações, o mercado era fomentado por criadores de canários, que viviam financeiramente com a rinha desses animais. Durante as investigações, duas mil aves foram apreendidas.
Segundo a PF, os acusados tinham lucros de até 3.000%, já que os animais eram adquiridos nos países onde viviam por valores entre R$ 12 e R$ 15, eram vendidos no mercado clandestino por preços entre R$ 130 e R$ 220 e, por fim, chegavam ao mercado interno brasileiro, onde eram negociados, por até R$ 300.
Para trazer as aves para o Brasil, os acusados contavam com o apoio de um policial civil, que chegava a receber cerca de R$ 3.000 por carregamento. A PF não informou em que Estado o policial era lotado.
No mercado das rinhas, um bom canário era supervalorizado, e, conforme a habilidade apresentada, chegaria a valer R$ 100 mil. Para a PF, os valores eram recuperados em apostas nas brigas dos animais, as conhecidas rinhas.
Nas investigações, o PF averiguou que em apenas uma luta as apostas poderiam facilmente chegar a R$ 50 mil. Segundo a PF, apenas parte das negociações foi investigada, e não há, a princípio, o valor movimentado pelo grupo.

Sistema federal

Segundo a PF, para realizar a legalização das aves, os acusados fraudavam os sistemas federais de controle, com falsificações e adulterações das anilhas (que funcionam como marcadores dos animais).
Os acusados reaproveitariam ou clonariam as marcações. Entre os envolvidos, ao menos oito possuem cadastro no sistema federal como criadores amadoristas --alguns já tiveram licença cancelada pelo Ibama por envolvimento com o tráfico.
Nos últimos dez anos, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis) aplicou multas num valor superior a R$ 30 milhões por crimes como conta do transporte clandestino, comércio ilícito e da manutenção em cativeiro das aves.
Em 2011, foram apreendidos mais de 12 mil canários em rodovias e aeroportos dos Estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás, Distrito Federal, Ceará, Pernambuco e Amazonas
Se condenados, cada acusado de integrar a organização criminosa poderá pegar penas que, somadas, podem chegar a até 50 anos de prisão. Os nomes dos acusados não foram fornecidos pela PF.

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